Sonhar com os turistas antes de eles sonharem connosco. Sonhar melhor do que os outros, chegar mais cedo do que os outros. Este é um dos trunfos do Turismo de Portugal, que este ano tem um orçamento de 10 milhões de euros para investir em marketing digital.

Ele não faz ideia, mas há muito tempo que estão a pensar nele. Quando, no início de cada ano, um estrangeiro se senta em frente ao computador para começar a ver destinos de férias, já centenas de pessoas estiveram a pensar nele. Na melhor forma de o alcançar, de o convencer, de o conquistar.

Primeiro segredo para o crescimento do turismo em Portugal: sonhar com os turistas antes de eles sonharem connosco. Sonhar melhor do que os outros, chegar mais cedo do que os outros. Parece óbvio, mas o caminho até esta simples conclusão foi sinuoso e demorado.

“Trabalhamos para pôr Portugal no mapa”, resume com um largo sorriso Lídia Monteiro, directora de Apoio à Venda do Turismo de Portugal e, na prática, responsável por tudo o que envolva promover o país no estrangeiro. Nos dias que correm, pôr Portugal no mapa é pô-lo onde está toda a gente, na Internet e nas redes sociais. A partir de 2013 todo o orçamento do Turismo de Portugal destinado a campanhas internacionais passou a ser usado exclusivamente em marketing digital. Acabaram-se os outdoors, os anúncios na televisão e nos jornais, os panfletos nos aeroportos e nos táxis. Em 2017, essa verba é de 10 milhões de euros.

“Nós mudámos muito subitamente o modelo de promoção”, explica Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo durante o Governo de Passos Coelho, politicamente responsável por esta mudança de paradigma. Nos primeiros anos desta década, a preponderância dos meios digitais suplantou a dos meios tradicionais e a transformação tornou-se inevitável. “Fizemos um trabalho interno de definição de uma nova estratégia de comunicação”, relata Lídia Monteiro, que coordena uma equipa de 45 pessoas.

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